Fui para baixo, ver a situação da porta, tínhamos que reforçá-la para que os zumbis não conseguissem quebrá-la, mas a única coisa que pudemos fazer foi colocar uma estante contra ela.
Os mortos vivos se amontoavam cada vez mais, uma imensa multidão, de alguma forma sentiam que estávamos ali, parecia que toda a cidade veio nos buscar. Esperamos o resgate por mais de uma hora, mas ninguém veio, os zumbis estavam quase rompendo a porta e entrando, já estávamos nos preparando para morrer. Foi quando a porta quebrou, os zumbis empurraram a estante como se fosse um travesseiro e começaram a entrar. Uma legião de mortos vivos, atiramos várias vezes, mais quanto mais matávamos, mais deles apareciam, subimos as escadas e de lá continuamos os disparos, os da frente caiam e empurravam os de trás, os jogando também no chão, mas mesmo assim estavam se aproximando de nós. A munição estava esgotando, então corremos para o térreo e trancamos a porta que dava acesso até lá, mas eles a quebraram rapidamente, disparei mais algumas vezes, até sobrar apenas uma bala, Marcos pegou rapidamente um machado de bombeiro que havia encontrado e foi lutar corpo a corpo com os monstros canibais.
Sem nenhuma esperança, mirei a arma em minha cabeça, preparei para puxar o gatilho, estava certo que queria morrer, mas fui impedido por um alto barulho, olhei para baixo e vi um dos meus soldados dirigindo um caminhão, em meio à horda de mortos, ele me gritou:
- Senhor pule logo, não temos muito tempo.
Nem ao menos pensei, tomei distancia e saltei, caindo na caçamba do caminhão, olhei para cima novamente, esperando que Marcos ainda estivesse vivo,e que pulasse também. Ele se aproximou da sacada junto com Thales, mas estava todo ensangüentado, sendo pego por um dos zumbis e levado para trás. Thales pulou quase caindo no chão, se agarrou a caçamba, fui correndo para ajudá-lo, segurei em suas mãos, mas vários zumbis o pegaram e o puxaram para baixo, senti sua mão suada escorregando da minha, o vendo cair em meio a multidão, sendo estraçalhado vivo, aos gritos.
Gritei para que o motorista saísse com aquele caminhão dali, mas ele me disse que estávamos presos. Desesperado ele tentou subir, vir para a caçamba, junto comigo, onde estaria mais seguro, então saiu pela janela, mas os zumbis o viram e rapidamente o pegaram e o jogaram a multidão de famintos. Só sobrara eu, agora sozinho, ouvindo apenas os sons depressivos daquele exército da morte. Eu me mataria, sem dúvida alguma, mas tinha perdido minha arma quando fui pular. Uma forte agonia me dominava, os zumbis me olhavam atentamente, esperando que eu me entregasse a eles.
Continuei a olhar para os lados, tentando encontrar alguma saída, pois os zumbis estavam conseguindo alcançar a caçamba, pela parte de trás e logo estariam ali em cima, me atacando. Fui até eles e os que se agarravam ao caminhão eu empurrava, mas eram muitos, um deles se agarrou em meu braço, muito firme, não iria se soltar facilmente, se não o puxasse para dentro ele iria me puxar para fora, me atirar aos outros zumbis, então com todas as minhas forças o levantei e o joguei para dentro, mas mesmo assim ele não se soltou de mim, ainda agarrado, me jogou no chão, media esforços para segura-lo, mas outros zumbis estavam subindo o caminhão. Tirei minha faca e o acertei bem na cabeça, o matando instantaneamente.
Quando olhei já havia uns quatro ou cinco deles ali em cima, e cada vez subindo mais. Corri rapidamente para cima da cabine, numa tentativa de me proteger, mas o lugar não era alto o suficiente. Os mortos vivos vieram em minha direção e começaram a se agarrar em meus pés, tentando me puxar. Eu os chutava, os derrubando, mas logo se levantavam novamente. Vi que ali iria morrer, o desespero me dominava neste momento, via seus olhos famintos loucos para me devorar vivo. Mas algo veio do céu, um alto barulho mirando em mim uma forte luz, quase me cegando, era o resgate, finalmente tinha chegado, mas era tarde demais, eu era o único sobrevivente. Jogaram uma escada e nela me agarrei com todas as forças, o helicóptero subiu, me levando para longe daquele enxame de mortos vivos, mas um dos zumbis se agarrou em meu pé, tentando me morder de todas as maneiras. O chutava como podia, mas ele não desgarrava do meu pé, estava louco por um pouco de carne fresca.
Com o seu peso ele estava quase me jogando, não agüentaria ficar suspenso por tanto tempo, meus músculos já estavam enfraquecidos pelo esforço que estava fazendo, até que o peso foi aliviado, um dos soldados, de dentro do helicóptero mirou com sua 9mm e o acertou em cheio, bem na cabeça, o fazendo cair e espatifar no chão. Aliviado subi as escadas e me encontrei com o pessoal do resgate, bem mais tranqüilo, pois sabia que agora estava realmente seguro.
FIM
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