segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Apenas uma missão de rotina PARTE 1

Capítulo 1                                                              
Eu estava novamente passando um tempo em uma base militar de Minas Gerais, esperando que me dessem alguma missão da qual poderia fazer parte. Meu nome é Henrique, tenho 37 anos e tenho condecoração de capitão nas forças armadas. Sirvo o exército desde muito cedo, sempre me interessou este caminho honroso, proteger o país me dava muito orgulho, lutar pela minha nação e proteger as pessoas que amo era o meu maior sonho, por isso resolvi seguir esta profissão.
Era mais ou menos nove horas da manha, o sol já estava forte, queimando meu rosto, seu brilho me cegava, assim era impedido de olhar para o céu. Estava andando pelo batalhão, passeando um pouco para o tempo passar mais rápido, aquilo estava um tédio, há semanas que eu não recebia uma missão, queria entrar novamente em campo, e sentir aquela adrenalina que me rodeava em guerra.
Parei um pouco e fiquei observando a paisagem, para onde eu olhava havia mato, uma imensa floresta nos rodeava, por trás vi um soldado se aproximando de mim, me virei e ele, que por respeito, bateu continência.
                -Pode falar soldado- disse-lhe calmamente. Ele relaxou e me disse:
                - Senhor estão lhe chamando
                -Chamando? Para que?- fiquei um tempo refletindo e continuei- será que tenho uma nova missão?
                - Venha comigo capitão, não me informaram nada, apenas disseram para buscá-lo
O soldado foi andando a frente, o segui até que chegamos a sala de comunicações. Lá ele me entregou o rádio e disse que queriam falar comigo.
Do outro lado do rádio era meu superior, perguntei-lhe se havia para mim outra missão, e ele disse:
                - Temos uma importante missão capitão, você foi convocado para liderar um grupo de pesquisadores e médicos até uma ilha situada na linha do trópico de capricórnio. Ouvimos boatos que uma tribo indígena da localidade, está com uma grave doença, que até agora não descobrimos, sua missão é ficar lá e nos trazer amostras dessa doença para que possamos investigá-la melhor.
Meio revoltado virei para ele e lhe disse:
                -Apenas isso? Uma missão rotineira, sem nenhum perigo, qualquer soldado ode levá-los até lá, porque eu é que tenho que fazer isso?
                -Não importa, apenas faça, esta é sua obrigação- Logo após isso o rádio desligou.
Fiquei pensando, já havia tempo que não tinha uma missão, acho que seria interessante aceitar essa, pois com certeza seria melhor que ficar ali naquele batalhão, mofando. Até que fui interrompido pelo mesmo soldado novamente.
              - Senhor
              - O que você quer agora?- disse-lhe com certa grosseria.
              - O seu helicóptero lhe espera senhor.
              - Mas já? Nem me aprontei ainda.
              - Disseram que era urgente senhor, daqui a dez minutos estarão partindo.
              - OK então- me levantei e fui até o helicóptero, vi vários homens entrando e carregando os equipamentos, entre eles estava Marcos, e Felipe, grandes amigos meus, mesmo sendo apenas soldados, tinha muito respeito por eles. Marcos era forte, estava ajudando a carregar os equipamentos mais pesados, já Felipe era muito magro então apenas aguardava no helicóptero.
Andei e já fui entrando, peguei um lugar no helicóptero e esperei tudo ficar pronto. Dali nós partimos para a ilha onde encontraríamos com os outros soldados, que também participariam da missão. No caminho fui conversando com os soldados, jogando papo fora, até que avistamos a ilha, do alto consegui ver a tribo indígena e do outro lado da ilha havia uma pequena cidade.
Pousamos em um aeroporto improvisado pelo exército e montamos o acampamento, estava escurecendo, já devia ser umas cinco a seis horas, então resolvemos passar aquela noite ali, para de amanha irmos até a tribo investigar. Todos foram dormir, só três soldados ficaram de vigia caso acontecesse algo, e um deles era eu. A noite estava silenciosa, no céu conseguia ver muitas estrelas e a lua estava enorme, nunca havia visto algo parecido. Um barulho interrompeu minha contemplação, algo estava andando em meio às árvores, em nossa volta, continuei atento, tentando saber onde estava, até que algo se agarrou em meu pé, olhei para baixo rapidamente, e com minha arma em punhos mirei na sombra que ali estava, e ouvi um som:
             - Calma aí cara, só vou dar uma mijada, vim só pra te avisar pra você não me dar um tiro bem na cara.
Meu coração pulou na hora, mas se tranqüilizou, vi que quem havia feito este barulho era Felipe, então guardei novamente minha arma e me acalmei.
Continuei vigiando, até que ouvi novamente o som, agora com mais clareza, conseguia ouvir os passos em meio às folhagens, me virei rapidamente e vi Felipe parado, olhando em minha direção, os passos deviam ser dele, mas vi em meio às arvores um ser vindo em direção a Felipe, bem devagar, mirei a lanterna e vi que era um indígena, mas estava todo ensangüentado.
             - Corre Felipe, sai daí filho da puta- disse-lhe gritando. Felipe olhou rapidamente para trás, mas já era tarde demais, o indígena havia o agarrado e o jogado no chão, puxei novamente minha arma, mas me surpreendi ao ver o índio mordendo seu pescoço e arrancando um pedaço de carne. Mirei minha arma e atirei, pegou em seu peito, ele continuou a se alimentar de meu amigo, atirei novamente e ele se levantou, vindo em minha direção, assustado descarreguei todo o pente nele, um dos disparos havia pegado em sua cabeça, o fazendo cair.
Os soldados se levantaram com o som dos tiros, a nossa volta havia vários deles, uns quinze ou vinte índios, todos cambaleando e adentrando o acampamento. Estávamos cercados, os indígenas começaram a carnificina, se juntando e nos atacando, os soldados começaram a atirar para se defender, mas eram muitos. Cada vez havia menos de nós, estávamos desesperados, nada os fazia cair, parecia que não sentiam dor. Até que ouvi um grito:
            - GRANADA! – um dos soldados jogou uma granada contra um grupo de índios, ouve uma grande explosão, o acampamento começou a pegar fogo, em meio à fumaça os vi se levantando novamente, nem a explosão havia os matado. Até que uma idéia veio a mim e gritei:
            - Atirem na cabeça, na cabeça é o único modo de matá-los.
Os soldados ouvindo meu comando, começaram a disparar em suas cabeças. Em pouco tempo estavam todos no chão mortos, mas não comemoramos, de certa forma também perdemos, pois muitos dos nossos haviam morrido.
Contamos nossos mortos, sete homens tinham ido, agora só sobravam oito dos nossos. Pensamos em sair dali, era muito perigoso continuar se arriscando naquele local, mas estava de noite, e não tínhamos nenhum veículo, sair em meio à mata seria mais perigoso ainda. Então iríamos esperar o sol nascer para irmos até a cidade, ver se havia algum rádio para nos comunicarmos e pedirmos socorro, já que perdemos no nosso em meio à explosão.
Ninguém dormiu naquela noite, todos ficamos de vigias, assustados com o que havia acontecido. A sombria noite parecia não ter fim, queríamos ir embora dali logo, mas o sol teimava em sair.
Ouvimos um tiro, me virei, e um dos soldados, Marcos, me disse gritando:
            - Estão se levantando!
Todos nós estávamos com nossas armas, preparados para o que viesse, olhamos bem e vimos nossos amigos mortos se levantando, agora eles eram a ameaça, começamos a atirar contra eles, sempre tentando acertar na cabeça, até que todos estavam deitados novamente. Ficamos abismados com o que havia acontecido, percebemos que quem fosse mordido viraria um deles, se tornaria um zumbi.

Continua...

Um comentário:

  1. Muito legal, eu ja tive acesso ao conto, se eu voce vc nao perderia as outras 2 partes, é muito viciante.

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